sábado, 18 de setembro de 2010

CRÔNICA DE HENRIQUE SILVA "CRONICAR"

Este trabalho é do Henrique, já está comigo há algum tempo, mas o lugar dele é aqui. Bem costurado, interessante.

Nasce, aos poucos, mas com convicção, um escritor. De que tamanho?
Só o tempo e a obra dirão.

e.t - Henrique, não tive um AVC ao ler sua crônica, tive muito orgulho de você.

Rosy Selaro



Querida Professora, este texto não é para correção como professora. E apenas para ler e dizer se preciso melhorar. Mas não precisa esmiuçar. Escrever para a senhora dá força e ânimo para tentar ser um escritor. Obrigado.
Henrique



Cronicar

Ontem na aula, por alguma atitude minha, a senhora disse: “Quem é que manda aqui?”
Tudo bem. Não gostei. Pela minha educação européia, fiquei quieto e ainda levemente sorri com os cantos da boca. Como a senhora tem sorte por eu não ser um latino americano nervoso e estúpido! Se fosse poderia ter batido na senhora até ficar desacordada e ter ido embora levando os pertences de valor que guarnecem sua moradia.


Mas hoje acordei e decidi ser um pouco latino. Por isso lhe digo:
Não irei mais dissertar. Agora só irei cronicar. Antes que corra ao dicionário para consultar, poupo-lhe o trabalho, não há tal verbo.

A senhora pode mandar na sua casa. Pode rabiscar todo meu texto, depois que lhe entrego, mas antes disso, não pode tolher minha escrita, minha imaginação. O que ponho no papel é decidido apenas por mim e não pela senhora. Aqui eu sou o soberano. Eu decido o que fazer, como fazer. E não é uma professora de redação que irá me impedir de viajar pelo mundo da escrita. E repito, o soberano sou eu. O papel, a caneta e as idéias são minhas, por isto insisto - O poderoso sou eu. A senhora só tem poder quando lhe entrego minhas criações. Senão entrego não lhe resta poder algum.


Digo e grito cada vez mais alto. Só vou cronicar, cronicar, cronicar.

Por que Guimarães Rosa pode criar novas palavras, verbos e eu não? Sorte do Rosa não ter sido seu aluno, se não a senhora teria podado a criatividade dele e ele não se tornaria o gênio que é.

Por isso a minha vingança por ontem é dizer que vou apenas cronicar e cronicar, e ninguém poderá me impedir.

O melhor de tudo, é que quando abrir este e-mail, terá que ler, não poderá riscar meu texto imediatamente, antes de imprimir na sua velha impressora. Tomará Deus que as folhas enrosquem, que a tinta acabe e nesse tempo sua cólera irá crescer e a senhora nada poderá fazer. Não poderá pegar aquela maldita caneta vermelha e pintar meu texto, enquanto ele não estiver impresso.

Estarei eu aqui, rindo e me deliciando com a cena. Imaginando suas bochechas coradas de tanta raiva. A senhora dando tapa na impressora. E como autêntica latina estará falando milhões de impropérios que serão ouvidos a quilômetros de distância. Já ia me esquecendo, quanto mais nervosa, mais estrábica fica. E eu rio, rio e rio.

Como é bom o gosto da vingança. Como me delicio com ele. Como é bom afetá-la naquilo que mais a orgulha. A escrita.

Para a senhora - querida professora - não pensar que não cultivo carinho pela senhora. Deixo uma lição:

Eu cronico, tu cronicas, ele cronica, nós cronicamos e assim sucessivamente. Como o verbo é meu, ele é um verbo regular da primeira conjugação. É conjugado igual o verbo amar, lógico que mudando o radical.

Amo muito a senhora. Boa sorte com a impressora e não se esqueça de tomar o remédio de hipertensão. A senhora pode ter um AVC enquanto lê este texto e não quero me sentir culpado.


CRÔNICA DE HENRIQUE SILVA

Minha gratidão ao querido aluno e amigo Henrique Silva

SEJA SEMPRE FELIZ, HENRIQUE.



nome: henrique

cidade: sao paulo

mensagem:



Um dia visitei esta página apenas por interesse de fazer um texto razoável para concurso. Uma visita sem muita pretensão. Enviei um email perguntando o valor da aula e a localização do curso. O que me agradou foi a localização. Perto de casa. Economizaria na condução e no tempo para chegar a aula.



Hoje, voltei. Apenas para olhar, ler o blog e também reler sobre o curso. Mas hoje, posso falar que o Escrever é Pensar foi um presente de Deus para mim. Porque além de começar a escrever bem, me apaixonei por escrever, pelo ato em si e por pela amiga e professora maravilhosa que acabei conhecendo.



Rosy, não tenho palavras para agradecer o quão boa a senhora foi na minha vida. O curso é tão magnífico que não posso ver nada em branco que já começo a escrever. Como agora. Muito obrigado pelo maravilhoso curso que a senhora proporciona.



Henrique Silva







Henrique



Você estar presente em minha vida é também um verdadeiro presente. E desejo a você apenas e tão somente o que desejo a meus filhos.



Coragem para vencer obstáculos. Olhar para si mesmo com confiança. Ver o próprio com respeito e amar a vida.



Tudo virá na hora certa. Tudo vai dar certo.



Sejam felizes meus filhos, Marco, Estela e você Henrique (filho do coração).



Um grande beijo

Rosy


18.9.2010 - 17h44min

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Parágrafo do aluno Tiago Bittencout

Tiago, aluno do Curso de Redação "Escrever é Pensar", fez um parágrafo "por exemplo" (técnica utilizada), que ficou muito interessante. O tema é: JOVENS E VELHOS (por exemplo).


Os jovens e os velhos se distinguem em termos de experiência e curiosidade. Por exemplo: Se um dia uma pessoa disser - "não toque nesta panela, pois ela está quente." O velho obedecerá o aviso. O jovem, por outro lado, mesmo acreditando que a panela esteja quente, ainda terá um impulso ou até mesmo a necessidade de tocar nela. Esta curiosidade é sua maneira de entender o mundo e desta forma criar suas próprias experiências. O velho não tem esta necessidade, porque quando jovem já se queimou tocando a panela quente.

Tiago Bittencourt vive em Nova York e faz mestrado na área de educação.

Parabéns Tiago.
Seu parágrafo é coerente, coeso e trás introdução, desenvolvimento e conclusão perfeitamente delineados. "Um exemplo que é um exemplo".

Rosy Selaro
2.9.2010 - 22h54min

O ANALFABETO POLÍTICO

Este texto é de extema importância para o momento pré-eleitoral que o Brasil está vivendo.



Ninguém melhor que Bertold Brecht para ser lido e analisado agora:





O ANALFABERTO POLÍTICO



O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos.



Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel,
do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.




O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política.



Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, mau carater e corrupto.



Bertold Brecht - Alemanhã - 1898/1956

Pensador, dramaturgo e poeta. Pôs sua obra literária e teatral a serviço da política.





Para refletimos e votarmos com consciência



Rosy Selaro - 2.9.2010 - 22h37