sábado, 21 de abril de 2012

Tua



Tua, nua, inerte.
Tuas mãos incandescendo meus espaços.
Tua boca entregue aos meus cantos luz.
Derramada na tua força
Ti ofereço meu néctar.
A teu gosto,
A teu tempo,
Do teu jeito,
Como queres.
Respiras ofegante
Me percorres por dentro
Neste momento, somos um.















quinta-feira, 5 de abril de 2012

NÃO SEJA PEQUENO


Não seja pequeno, nunca. Não importa a sua altura. Não, isto não importa.

De alguma forma, em todos os momentos em que o precipício da pequenez se abeirar de você, agiganta-se. Toma atitudes, fala a palavra que precisa ser ouvida. Se ela provocar dor, terá deixado uma imagem inequívoca de você. Você é uma pessoa digna.

Essa pequenez nos ronda a todo momento. É a criança pedindo esmola no transporte público, aliciada por um adulto covarde. Você viu. Finge que não vê. Não é problema seu. É um coração que você deixa aos pedaços e simplesmente silencia. Na hora de conquistá-lo era problema seu, agora você se apequena. Quando perceber que caiu nesse abismo, agiganta-se. Toma coragem.

A coragem é só a verdade. A verdade pode ser uma grande dúvida. Mas não duvide de que é seu dever sim, denunciar qualquer tipo de abuso que você presencie, principalmente contra crianças. É seu dever sim, juntar os cacos daquele coração que você despedaçou e juntá-los todos e devolver ao dono, para que ele recomece. É possível recomeçar mesmo com o coração despedaçado.

Não importa sua altura. Não seja pequeno. Seja forte. Se quiser fraquejar entenda que fatalmente um dia você estará no lado oposto e, certamente, gostaria de encontrar alguém que não fosse pequeno.

O silêncio é a mais cruel das respostas. A mais dolorosa. A ferida que mais tempo leva para cicatrizar. E reabre num sopro e faz de nós pessoas duras e calejadas. Se sua palavra não pode ser um bálsamo, se ela tiver que ser dura, fala, encara, olha nos olhos. Não seja pequeno. Se nunca teve certeza, se já não tem certeza, diga apenas. Adeus! Estou cheio de dúvidas.

Rosely Maria Selaro

5.4.12 – 11h04min

segunda-feira, 2 de abril de 2012

SINGULAR


Das tempestades porque passei salvei a força. Das dores que me doeram ficaram os calos. Do frio que senti compreendi o afago. Das ofensas que recebi percebi a palavra. Das batalhas que travei e das mortes que engoli escolhi a vida e fui refinando, polindo minhas carnes no esmeril. Plantei minhas mazelas e delas nasceu m'alma. Tão pura, tão alva! Floriu numa manhã de abril, orvalhada. Era sim, minha alma e eu quis ofertá-la. Não escolhi um herói, um deus! Foste tu o escolhido! Onde estavas? Perdeste o singular.
(Rosely Maria Selaro) 20.3.2012 - 5h24min

domingo, 1 de abril de 2012