domingo, 25 de julho de 2010

JAQUELINE SOUZA - APROVADA NA UFRJ PARA O CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA - VEJA DEPOIMENTO DA ALUNA DO CURSO DE REDAÇÃO ESCREVER É PENSAR

Professora!
Nem sei se a senhora lembra de mim... Jaqueline, moro em Itapecerica
da Serra, perto de embú guaçu. Pois bem...CONSEGUI
Passei para a UFRRJ,na primeira chamada, pro curso que eu tanto
queria: Medicina Veterinária
E poderia dizer que muito devo a ajuda da senhora, pois mandei muito
bem na redação do enem: 920 pontos
Tõ morando no Rio agora, volto pra SP de quinze em quinze dias. Tô muito feliz
vlw pela força
Bjos
Jaqueline


Em 26/03/09, jaqueline Silva escreveu:
> Olá Professora!
> Mando anexo o texto com o tena que informei no email anterior.
>
> Como disse se trata da proposta do enem do ano de 1999. A proposta
> trazia uma sequencia de quadrinhos sobre o potencial surpreendente da
> juventude e um trecho de uma reportagem sobre o Protagonismo juvenil.
>
> desta vez não esqueci do titulo rs...
>
> quanto aos exercicios vou enviando a medida que eu for resolvendo.
> Qualquer dúvida eu entro em contato
> jaqueline

terça-feira, 20 de julho de 2010

A PROFESSORA DE REDAÇÃO

Aos Leitores do blog Escrever é Pensar, com muito carinho.


É com muita alegria que compartilho o trabalho deste meu aluno, "Henrique". É por orgulho mesmo. Seria hipocrisia dizer o contrário. Mas é um orgulho do bem.

Ele me chegou com uma redação que fez num concurso, que tinha a seguinte observação: "argumentação superficial". Aí começamos a trabalhar. É claro que sem a palmatória, sem o milho, sem o Lula e adéptos, mas com a intenção sim, de transformar desesperados alunos em "machadinhos". Seria a glória total. Esta modesta criadora que vos fala, sendo suplantada por suas criaturas. Quiçá isto acontença com cada aluno meu, como acontece agora com o Henrique.



Henrique, você pode tudo. Passar no concurso, ser um grande juíz ou promotor, daqueles poucos que reverenciamos, fazer crônicas e principalmente escrever os livros jurídicos que almeja escrever. Eu vou viver para vê-los nas poucas (infelizmente), livrarias de todo o Brasil.



Brasil que vai mudar, não pelo futebol. Mas porque tem sim, muitos jovens como você. Sonhadores e capazes e que apenas não se deram conta, ainda, de tudo o que podem. Você já descobriu os meandros intrincados e maravilhosos da escrita.



Vá! A vida está aí, a sua espera.



Será que vou ter que usar a palmatória ou ajoelhá-lo no milho?



Seu texto está sendo blogado no "Escrever é Pensar" que é brindado com o nascer de um escritor e eu me sinto muito feliz de tê-lo "acordado" para esta realidade. Isto, Henrique, realmente não tem preço.



Seja sempre abençoado.

Rosy Selaro



Leitores, se deliciem com a leveza e o humor do Henrique Silva.

Querida Professora,

Este texto é uma brincadeira muito séria. Parei, pensei e tentei escrever. Quero ter feito um texto legal. Não sei se posso classificar como crônica. Não quero ser prepotente ou nem me sinto a última bolacha do pacote. Acredito que essa minha atitude seja pela razão de eu estar em más companhias, a senhora mesmo e alguns textos de um blog que leio, que a senhora conhece bem.

Já imaginou umas quinhentas Rosy, dando aula no ginásio e colegial? Como poderiam ser os alunos dessas escolas? Que pena que a profissão de professor neste país seja tão desvalorizada.

Nunca fui um amante da escrita. Hoje quero ser marido, amigo, amante e tudo mais que puder, da escrita. Agora não me preocupo em escrever trinta linhas, mas em caber em trinta linhas o que escrevo, isso é por causa da senhora. A senhora despertou em mim um interesse e uma vontade de escrever imensurável e indescritível.

Muito obrigado por isso. O que a senhora fez, não tem dinheiro do mundo que pague.


A professora de Redação


Tenho uma professora de redação. Porque escrevo mal. Também porque quero passar em concurso público. Sem uma boa nota em redação, esqueça!



A professora diz que não pode usar individuo, sujeito, tudo, nada e mais algumas palavras, que no momento, não lembro. Fala que algumas são coloquiais e outras não dizem nada, por exemplo, tudo ou nada. Isso é duro! Tenho vontade de puxar o cabelo dela, morder, sequestrar e às vezes até matá-la. Ela me deixa doido!



Daí penso melhor e desisto. Não quero me tornar amigo do Bruno, Macarrão, Bola, Mizael e do casal Nardoni. Além do que, a professora de redação é a alicerce da familía, se lhe fizer maldade, irei prejudicar a meia dúzia de filhos que tem. Ah!, o marido foi embora. Não aguentou as correções gramaticais de quando falava, sem contar que era fanho e tinha lábios leporinos. Esse sofreu mais que os alunos, nunca mais ouviram falar dele.



Não bastando isto, ficaria impedido de realizar meu sonho de ser juiz ou promotor, pois é exigência para estes cargos, a conduta ilibada. E quem mata a professora de redação, com certeza não tem decente conduta e muito menos ética. Portanto, não serviria para ser juiz.



Falando em ética, a professora de redação fala muito sobre esse tema. Diz que só seremos um país decente quando percebermos que a ética nasce em casa e os país ou os responsáveis dos menores são os exemplos para os pequenos e estes seguem o que visualizam e não o que lhes dizem para fazer. Copiam os atos praticados e não os idealizados, propagados como correto. Pai bandido, filho idem. Veja os exemplos fáticos, família Sarney, Maluf e Tuma.



No Brasi, o problema não é a política, porque neste ramo sempre só teve bandido. Se exigissem dos candidatos que disputam eleições o que é cobrado nos concursos públicos, como notável saber e conduta ilibada, não haveria candidatos aptos. O País ficaria sem prefeito, senador, deputado, vereador. Com certeza estaria melhor.



Aliás, a professora de redação é apaixonada pelo Lula e agora pela Dilma. Dizem que idolatrava o FHC, mas ela nega veementemente, isso nunca, diz ela!



Pândego, como uma mulher tão inteligente pode gostar destes aproveitadores e salteadores. Nada é perfeito.



Voltando às aulas de redação, tem um detalhe que a professora diz imprescindível. O parágrafo. Diz que este é formado pela ideia central, desenvolvimento e conclusão.



Pobre de nós alunos, quando erramos o bendito, podemos escolher: ajoelhar no milho ou palmatória. Isto lembra década de vinte do século passado.



Por que aceitamos isto? Tá de brincadeira? Putz, a professora de redação é um gênio da escrita. Dizem que nas vidas passadas foi Machado de Assis, outros que foi Fernando Pessoa.



Isto não importa, relevante é que os alunos dela mais cedo ou mais tarde escrevem super bem e passam nos concursos.



Depois lembramos, rimos e ainda hoje é possível sentir as marcas do milho que nos joelhos ficaram.



O que nos resta é a saudade, pois quando lemos nossos textos em jornais e livros, sabemos que seria impossível se não fosse a professora de redação e suas aliadas; palmatória e o milho. Provavelmente não escreveríamos nem gibis.



Obrigado professora de redação, por tudo. E principalmente pelas aulas de cidadania. Porque ser cidadão é não matar a professora, por isso que toda nova turma, na primeira aula, sempre tratava do tema cidadania.



Portanto, ela desconfiava dos nossos pensamentos perversos, mas o amor pela boa escrita e formar bons escritores sempre prevaleceram no coração dela. Por isto, entre ter alunos brilhantes ou preservar a vida, ela jamais titubeou. Sempre optou em transformar desesperados alunos em futuros “Machadinhos”.



Henrique Carlos da Silva

20.7.2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

IRONIA

IRONIA

Engraçado como a gente vive ou convive com coisas de que não gosta e passa uma vida sem se aperceber disso. Hoje entendi que não convivo com a ironia. Ela tem uma crueldade camuflada que me desmonta.

Perguntaram-me se passei bem o ano e respondi que foi conturbado e imediatamente a criatura arrematou: “Você não estava em Angra né?” Não consegui responder com a mesma ironia porque não pertenço ao mundo dos “agressivos de plantão.”

Tenho uma prima que tem gatos. Conhecemos o mais novo – Zeca – ele tem as costas amarronzadas e o peito e as patas branquinhos. Os olhos são de um amarelo que se confundem com o pelo. Vira-se minha filha e diz: “Mãe, ele não parece um pão com manteiga?” Foi um riso só, e o Zeca virou “pão com manteiga”.

Está aí a diferença. Há pessoas originais, criativas, capazes de tiradas incríveis. Outras são irônicas e perversas. Hoje, depois de bem vivida notei que a ironia me incomoda. Eu não estava em Angra (e pobres dos que estavam!). Também não estava no Haiti, nem nos bairros de São Paulo que estão em estado de calamidade pública por causa das enchentes. Meu humor está em baixa e dessa história só se salva mesmo o “pão com manteiga.”

Pessoas perspicazes e que ainda provocam riso são especiais. Já aquelas que se armam com a ironia deixam transparecer insegurança e pobreza de espírito.

À argúrcia tudo. À ironia a compaixão.


Rosy Selaro
7.1.10 – 15h15min
postagem em 12.7.10 às 23h13

DIA FELIZ

Tem dia que a gente não cabe em si. Fica ponta, fica farpa. Não encaixa. E transborda, alaga. Alma pra um lado corpo pro outro.

Eu queria assim, um dia feliz, de corpo e alma. Locupletado. Daqueles até enjoados. Feito almoço de Natal que a gente não consegue comer de tanta coisa que tem. Eu queria um dia assim. Feliz por Completo. E no outro dia, quando tudo voltasse ao anormal, eu pudesse sentir saudade...




Rosy Selaro - 11.7.2010