domingo, 25 de março de 2012

NOITE VIRADA


Na virada da noite ela partia. Não era noite. Não era dia. Era o branco do olho. Maresia. Deixava nele seus seios rosáceos. Deixava dentes, ancas e os pequenos pés. Partia claudicante, só pedaços, na noite fria. Mas voltava quando passava o dia. Ele esperava pela amante e seus pedaços devolvia. O quebra cabeça refazia. Eles se amavam, se amavam, rolavam no mundo gargalhando, gargalhando! Na virada da noite, claudicante, sem os seios rosáceos, novamente ela partia.

Rosely Maria Selaro

25.3.2012

47 min

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