Envelhecer
Sabe, de uns tempos para cá. Acho que já faz bastante tempo, eu ando morta de inveja das mulheres que conseguem envelhecer. Usar aqueles bermudões largos e horríveis, aqueles blusões estampados que escondem as gorduras e que passam a se encantar com os netos e com a "participação nas coisas da terceira idade."
Saí à minha mãe. Que não se falasse nesta coisa para ela. Ela excomungava até!
Sou meio como o poema de Adélia Prado que se chama Trégua. Fico absolutamente estridente com um fio de cabelo branco e ai se me dão lugar no metrô! Eu, infelizmente, não sou velha.
Carrego comigo todos os fôgos (assim que eu quero, com acento circunflexo mesmo). O da Política, o das Artes. O fogo da Vida. O fogo das paixões. E vivo num redemoinho. Um corpo que envelheceu sim, mas não a ponto de ser abdicado. Esta paixão pela palavra que me campeia em cada cantinho onde me escondo e que me faz tão viva. A paixão pela paixão. Ah! Como é bom estar apaixonada! E ruim também. A paixão é beleza e feiura, é alegria e sofrimento, é entrega sem bermudão.
Tenho, realmente, muita inveja das mulheres que envelheceram. Mas quando me vejo usando (classicamente) o mesmo jeans, a mesma regata de minha filha de 17 anos perco a esperança. É uma dádiva e um castigo. Não sei bem em que percentual.
Não sei se conseguirei suportar o peso desta juventude tardia que me faz brilhar os olhos e sonhar como uma menina. Acho que me caso ainda de vestido branco com um príncipe. ( rsrsrsrsr) Não, infelizmente, como se fosse um estigma. Morro, mas não fico velha.
Talvez, eu tenha, inconscientemente, escolhido assim.
Rosely Maria Selaro ***
Sabe, de uns tempos para cá. Acho que já faz bastante tempo, eu ando morta de inveja das mulheres que conseguem envelhecer. Usar aqueles bermudões largos e horríveis, aqueles blusões estampados que escondem as gorduras e que passam a se encantar com os netos e com a "participação nas coisas da terceira idade."
Saí à minha mãe. Que não se falasse nesta coisa para ela. Ela excomungava até!
Sou meio como o poema de Adélia Prado que se chama Trégua. Fico absolutamente estridente com um fio de cabelo branco e ai se me dão lugar no metrô! Eu, infelizmente, não sou velha.
Carrego comigo todos os fôgos (assim que eu quero, com acento circunflexo mesmo). O da Política, o das Artes. O fogo da Vida. O fogo das paixões. E vivo num redemoinho. Um corpo que envelheceu sim, mas não a ponto de ser abdicado. Esta paixão pela palavra que me campeia em cada cantinho onde me escondo e que me faz tão viva. A paixão pela paixão. Ah! Como é bom estar apaixonada! E ruim também. A paixão é beleza e feiura, é alegria e sofrimento, é entrega sem bermudão.
Tenho, realmente, muita inveja das mulheres que envelheceram. Mas quando me vejo usando (classicamente) o mesmo jeans, a mesma regata de minha filha de 17 anos perco a esperança. É uma dádiva e um castigo. Não sei bem em que percentual.
Não sei se conseguirei suportar o peso desta juventude tardia que me faz brilhar os olhos e sonhar como uma menina. Acho que me caso ainda de vestido branco com um príncipe. ( rsrsrsrsr) Não, infelizmente, como se fosse um estigma. Morro, mas não fico velha.
Talvez, eu tenha, inconscientemente, escolhido assim.
Rosely Maria Selaro ***
2/2/2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário