Resedá
No fundo de minha casa
Na minha Sampa querida
Tem um tesouro cor de rosa.
Cheio de cachos, tantos todos,
Que a árvores sumiu.
Floresceu por demais meu Resedá
E um cacho quero te dar.
Espesso, dengoso,
balançando uma beleza marota
Neste domingo chuvoso.
As florezinhas
brincam com os pingos e se molham neles
Eles se perfumam delas, de um jeito inocente e ao mesmo tempo
libidinoso
Pensando bem, um Resedá cor-de-rosa viajou Eras pelo tempo
Pra vir ser meu contentamento
Não. Pensando bem
Não vou te dar um buquê. Nem uma flor sequer.
Resedás são de todo
especiais e não o mereces tanto assim...
Tenho por mim que hás de dizer que ele é um qualquer
E eu o tomo no meu
peito como único morador
Troquei com ele flores por minh’lma
Ramos por meu Espírito.
É meu o caule, o verde submisso ao poder do rosa e Elas
Flores melindrosas fazem
reverência quando passo
Uma vira-se para mim cheia de garbo e detona a verdade:
Resedás não são flores para se dar.
Fazem da minha janela,
uma visão espetacular
Ah! Como eu queria aqui pra pintá-lo – Renoir!
.Rosely Maria Selaro –
13.1.2013 -20h16min
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