sábado, 10 de agosto de 2013

ÍNGREME

ÍNGREME

Eu tão menina dei a mão a meu pai
Ele me fez guerreiro e soltou a minha mão
Sai pelo mundo e vi homens ruíns
Que fizeram mães chorar
Vi jovens filhos partir sem sentir
E quanto mais escarpado o terreno
Mais só está a menina de mim
E armada ela luta para ver
Homens maus consumidos no apocalipse de si
E dóceis mães embalando seus filhos a sorrir
Tem medo esta menina de mim
Veio pra guerra, mas quer um pai só pra si
Eu sou guerreira, eu sou menina
Sou mulher reluzente e obscura
E meus pedaços eu junto
Na concha e no convexo
Na palma da minha mão
Subo a montanha mais íngreme
Mas busco o sossego da estalagem
Sei. Vou encontrá-lo.
Somente, dentro de mim.

**Rosely Maria Selaro**
10/8/2013

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