segunda-feira, 19 de agosto de 2013

JANELAS



Quem consegue? Como se consegue? Janelas que nos deixam respirar quando as portas batem. Tantas já bateram. E fiquei assim, num ambiente sem ar, sem luz, sem vida. De repente, uma janela se abre e sopra uma brisa, nem sempre de cheiro bom, mas no mínimo capaz de me impulsionar para fora. Para a busca, para o risco. Arriscar. Sim arriscar sempre. Pouco, muito, com alguma certeza ou na dúvida total. Viver, mesmo que sangre muito. Os erros são fatais. As lágrimas uma conseqüência, mas num quarto sem porta e sem janela não é possível escalar montes, descer encostas, encontrar o mar. Não é possível jogar os sapatos fora e sentir as pedras, a terra, a grama, a água. Num quarto sem porta, sempre procuro a janela. É só pular. Lá fora estão os bichos, as dores, o pranto mas estão todos os amores. É preciso, é necessário, é da essência, da natureza do homem buscar o amor. Eu busco. Se tem um preço? Sim. Alto muitas vezes. Mas o resultado do amor nunca é negativo. No mínimo fica no meu corpo o cheiro de um perfume querido. A oportunidade é grande de me envolver num mundo de borboletas, de nuvens, de risos, de olhares, de cumplicidade. De doação, de paixão, de honra, de entrega. A porta fechada é só mais um motivo para eu pular a janela e ir ao Mundo, ir à Vida. Pra isto eu vim. Foi o amor que eu vim buscar.
**Rosely Maria Selaro**

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