domingo, 9 de fevereiro de 2014

SALVADOR SELLARO



Não ia falar de Meu Pai hoje. Não ia. Mas me veio à mente uma situação que vivi em Cajobi - Terra de minha mãe, que ele adotou e que denominava " reino encantado" . Na Casa grande e arejada de Cajobi havia um pomar e em fevereiro quando era época de pinha eu sempre estava lá. Eu adoro pinha e sempre tinha muita. E eu me deliciava! Por algum motivo fui antes das pinhas madurarem. Os pés estavam carregadinhos e eu passava horas a contemplá-los com Meu Pai aos meus ouvidos: "Zely, esta tão tarda a madurar. Está de vez. Olha esta outra filha. Você não vai embora, vai? "Vou sim Pai. Este ano vou ficar em pinha. Preciso voltar." E voltei. De fato, sem me lambuzar nas minhas Pinhas.

Uns dois ou três dias depois, a campainha toca. É o carteiro segurando uma caixinha da papelão. E vinha de Meu Pai. Salvador Sellaro - Rua da Bandeira 460 - Cajobi - São Paulo.

Qual não foi minha surpresa: Na caixinha estavam duas pinhas lindas e maduras olhando para mim e mais um bilhetinho: "Zely, logo que você foi embora eu percebi que os passarinhos se amontoavam num dos pés toda manhã e à tardinha. Deu para salvar estas duas que eles não bicaram. Beijos filha."

Eu não sei o que fiz primeiro: Se chorei ou comi as pinhas.

Este é Meu Pai - Salvador Sellaro - que me mandou pinhas maduras da Casa de Cajobi, para mim, pelo Sedex.

Nada mais a declarar. Ah! Só um recadinho para ele: "Pai, vai cuidando das pinhas aí onde você está. Quando eu te encontrar, que seja tempo de pinha madura, Pai. Eu te amo, eternamente."

Sua filha, Zely (assim que ele sempre me chamava!)









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