segunda-feira, 30 de março de 2009

PARALELAS

Forçosamente cruzavam olhares todos os dias,
Tinham um passado não passado
Que forçosamente cruzava o presente todos os dias.
Foram sóis, foram luas, foram chuvas
Todos os dias cruzavam olhares e chegavam e partiam.
Meses, anos, rugas, todos os dias...
Paralelas que impediam tudo
Menos passado e olhares.
Não esperavam, se conformavam.
O passado, os erros, as paralelas, a fatalidade.

Um dia ele não veio
Ela esperou, desesperou
Pulou de dentro de si
Porque vivia daqueles olhares
Dos sóis, das luas que iam e vinham.

Ela esperou até o último momento.
Ele nunca mais voltou.

Na estrela que lhe fora designada
Ele lá estava - não forçosamente -
Jovem, olhos brilhantes
Ela de rosa esvoaçante
Nada forçosamente
São felizes para sempre - noutra dimensão.

Rose Selaro - 2.2.04

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